segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Por um Fio


" Por um fio" revela fascínio pelos bordados, escritos e amontoados de Arthur Bispo do Rosário.

Em cena, braços e corpos que bordam coreografias em meio a um emaranhado de fios elétricos e filamentos das lâmpadas incandescentes, que se confundem com fios condutores das coreografias e com a sucata do trabalho dos bailarinos.

Por um fio, como explicam os integrantes da companhia (a coreografia tem criação coletiva), “é homenagem ao centenário de nascimento de Arthur Bispo do Rosário e aos 20 anos de sua morte e a todos aqueles que fazem a arte sem Cenário, luz e figurino evocam a presença do artista. O cenógrafo Ed Andrade explica que a proposta é mexer com “a memória das coisas, dos inventários do mundo e de suas coleções, das repetições que reverberam o anonimato. Nele se fazem presentes a luz e a sombra, a loucura, a memória, o outro lado da vida intrincada no seu fazer."


Já o figurino (Baby Mesquita e Juliana Macedo) inspira-se na forma como os internos vestiam-se para os bailes da Colônia Juliano Moreira. Foi confeccionado (na maior parte) com o aproveitamento de retalhos e tecidos descartados. A exemplo das obras do Arthur Bispo, as peças são bordadas com textos, palavras e inventários. Trabalho realizado pelas Meninas do Cafezal.


Na trilha sonora, entre outras músicas como Quand je marche, de Camille Dalmais; Juízo final, de Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito; Tanga..., Orquestra dos Músicos das Ruas de São Paulo; Saudosa maloca, de Adoniran Barbosa; Samba de morro, do maestro João Batista Martins; e Bienal, de Zeca Baleiro.


A Mimulus tem direção artística e coreográfica de Jomar Mesquita. O corpo de bailarinos da companhia reúne Andrea Pinheiro, Bruno Ferreira, Ceres Canedo, Jomar Mesquita, Juliana Macedo, Rodrigo de Castro, Mariana Fernandes, Murilo Borges e Nayane Diniz.”

Divirta-se - Estado de Minas
foto -Uai

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Ensinamento - Um pouco de Adélia Prado


Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
"Coitado, até essa hora no serviço pesado".
Arrumou pão e café , deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.

De Carne e Sonho


Fui conhecer esta Cia mineira - Mimulus - guarde este nome !

O espetáculo ,um tradicional baile de tango se divide em “cortinas”, seqüências de quatro ou cinco tangos, separadas por cerca de um minuto de uma outra música não dançante, para que a pista se esvazie e os pares voltem a se formar para uma nova seqüência e um recomeço.
Cada cortina é um encontro e a síntese de uma relação, tal qual é em nossas vidas:
a primeira música serve para os parceiros se conhecerem,
a segunda para acostumarem-se um ao outro,
no terceiro e quarto temas os pares desfrutam daquele encontro
e no último tango despedem-se e se separam.

Esse é o fio condutor do espetáculo que fala da relação dos casais e os seus conflitos, disputas, os desejos, as traições. Fala principalmente da necessidade do outro e da solidão.

A Mimulus Cia de Dança ao mesmo tempo que respeita as origens da dança de salão, quebra as suas tradições, na ousada concepção do espetáculo “De Carne e Sonho” onde insere uma nova estética e uma temática contemporânea.
Jomar Mesquita, coreógrafo e diretor da Cia, toma como base os ritmos portenhos, principalmente o tango e, com a música ao vivo, desafia os bailarinos a mostrar ao público a maturidade da companhia.

Eles estão de volta e agora com " Por um Fio " - Vou conferir, depois te conto !