
Em cena, braços e corpos que bordam coreografias em meio a um emaranhado de fios elétricos e filamentos das lâmpadas incandescentes, que se confundem com fios condutores das coreografias e com a sucata do trabalho dos bailarinos.
Por um fio, como explicam os integrantes da companhia (a coreografia tem criação coletiva), “é homenagem ao centenário de nascimento de Arthur Bispo do Rosário e aos 20 anos de sua morte e a todos aqueles que fazem a arte sem Cenário, luz e figurino evocam a presença do artista. O cenógrafo Ed Andrade explica que a proposta é mexer com “a memória das coisas, dos inventários do mundo e de suas coleções, das repetições que reverberam o anonimato. Nele se fazem presentes a luz e a sombra, a loucura, a memória, o outro lado da vida intrincada no seu fazer."
Já o figurino (Baby Mesquita e Juliana Macedo) inspira-se na forma como os internos vestiam-se para os bailes da Colônia Juliano Moreira. Foi confeccionado (na maior parte) com o aproveitamento de retalhos e tecidos descartados. A exemplo das obras do Arthur Bispo, as peças são bordadas com textos, palavras e inventários. Trabalho realizado pelas Meninas do Cafezal.
Na trilha sonora, entre outras músicas como Quand je marche, de Camille Dalmais; Juízo final, de Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito; Tanga..., Orquestra dos Músicos das Ruas de São Paulo; Saudosa maloca, de Adoniran Barbosa; Samba de morro, do maestro João Batista Martins; e Bienal, de Zeca Baleiro.
A Mimulus tem direção artística e coreográfica de Jomar Mesquita. O corpo de bailarinos da companhia reúne Andrea Pinheiro, Bruno Ferreira, Ceres Canedo, Jomar Mesquita, Juliana Macedo, Rodrigo de Castro, Mariana Fernandes, Murilo Borges e Nayane Diniz.”
Divirta-se - Estado de Minas
foto -Uai