sábado, 29 de maio de 2010

Balada de Gisberta

Perdi-me do nome,
Hoje podes chamar-me de tua,
Dancei em palácios,
Hoje danço na rua.
Vesti-me de sonhos,
Hoje visto as bermas da estrada,
De que serve voltar
Quando se volta p'ró nada.

Eu não sei se um Anjo me chama,
Eu não sei dos mil homens na cama
E o céu não pode esperar.

Eu não sei se a noite me leva,
Eu não ouço o meu grito na treva,
E o fim vem-me buscar.

Sambei na avenida,
No escuro fui porta-estandarte,
Apagaram-se as luzes,
É o futuro que parte.
Escrevi o desejo,
Corações que já esqueci,
Com sedas matei
E com ferros morri.

Eu não sei se um Anjo me chama,
Eu não sei dos mil homens na cama
E o céu não pode esperar.

Eu não sei se a noite me leva,
Eu não ouço o meu grito na treva,
E o fim vem-me buscar.

Trouxe pouco,
Levo menos,

E a distância até ao fundo é tão pequena,
No fundo, é tão pequena,
A queda.

E o amor é tão longe,
O amor é tão longe... (...)
E a dor é tão perto.

Pedro Abrunhosa

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Sabará II - Beijo Quente


Amendoim Praliné em Sabará é BEIJO QUENTE !
e a Regina em cinco minutos misturou achocolatado, açucar, mexeu e como mágica apareceu aquele amendoim crocante !
Eles não sabem me dizer o porque deste apelido .Simplesmente é !
Eu suspeito que tem a ver com aquele jeitinho carinhoso e tímido do mineiro .

Sabara - Terra da Jabuticaba !


É isso mesmo ! só dá ela em várias versões : licor ,vinho, geléia e no final do ano , quando os pés estão repletos da frutinha negra os sabarenses mineiros 'ALUGAM ` os pés desta iguaria para os turistas se deleitarem . Sim, alugam - quinze minutos ,meia hora, uma hora ,você escolhe e compra o tamanho de sua gula .
Leia outras curiosidades da negrinha :
Árvore típica do Brasil, a Jabuticabeira (Myrciaria Cauliflora) produz frutos roxos utilizados medicinalmente e na fabricação de extratos para corante de vinhos, vinagres etc.
A madeira, por ser muito resistente, é utilizada para vigamentos, esteios, dormentes etc.
As variedades mais cultivadas são:
PAULISTA = árvores de grande porte com alta capacidade de produção. Produz frutos graúdos, de maturação tardia.
SABARÁ = é a mais apreciada e a mais cultivada. Cresce pouco e com produção precoce de muitos frutos pequenos e doces.
BRANCA = planta de porte médio produzindo muitos frutos grandes e de coloração verde claro.
RAJADA = assemelha-se muito às duas primeiras em crescimento e produção. Tem os frutos verde-bronzeados, grandes e doces, de maturação mediana.
PONHEMA = produz frutos grandes em grande quantidade. A planta cresce mais que as outras variedades. A forma de consumo in natura é restrita, devendo ser consumidos bem maduros. É a mais apropriada para fabricação de geleias, doces e licores.
Interessante né ? Fui lá e comprovei. O vinho é maravilhoso e a geléia que ganhei da Regina uma manjar dos Deuses !
Ah ! 100 gramas tem apenas 43 calorias e é rica em cálcio.
Apareça por lá no Festival que acontece na praça e visite as 22 barracas que comercializam desde a fruta até seus derivados (vinhos, licores, geleias, picolés, chup-chup, tortas, recheios diversos, bolos, sorvetes e .... caipijabuticaba ). Vale Conferir .

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Esquizofrenia

Hoje estou feia e trivial
Hiperativa hipertrófica líder estudantil
Com o sono das noites mimeógrafas
Sem o banho dos dias panfletários.

50% certeza inabalável
50% dúvida abissal.

Hoje estou Helena e Rubistein
Todas as marcas cosméticas
Meus desvios burgueses satisfeitos
Meus instintos etílicos saciados.

50% princesa inatingível
50% duquesa em suicídio.

Outra descoberta - RITA ESPECHIT. Lua gorda. Belo Horizonte, 1985.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Por um Fio


" Por um fio" revela fascínio pelos bordados, escritos e amontoados de Arthur Bispo do Rosário.

Em cena, braços e corpos que bordam coreografias em meio a um emaranhado de fios elétricos e filamentos das lâmpadas incandescentes, que se confundem com fios condutores das coreografias e com a sucata do trabalho dos bailarinos.

Por um fio, como explicam os integrantes da companhia (a coreografia tem criação coletiva), “é homenagem ao centenário de nascimento de Arthur Bispo do Rosário e aos 20 anos de sua morte e a todos aqueles que fazem a arte sem Cenário, luz e figurino evocam a presença do artista. O cenógrafo Ed Andrade explica que a proposta é mexer com “a memória das coisas, dos inventários do mundo e de suas coleções, das repetições que reverberam o anonimato. Nele se fazem presentes a luz e a sombra, a loucura, a memória, o outro lado da vida intrincada no seu fazer."


Já o figurino (Baby Mesquita e Juliana Macedo) inspira-se na forma como os internos vestiam-se para os bailes da Colônia Juliano Moreira. Foi confeccionado (na maior parte) com o aproveitamento de retalhos e tecidos descartados. A exemplo das obras do Arthur Bispo, as peças são bordadas com textos, palavras e inventários. Trabalho realizado pelas Meninas do Cafezal.


Na trilha sonora, entre outras músicas como Quand je marche, de Camille Dalmais; Juízo final, de Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito; Tanga..., Orquestra dos Músicos das Ruas de São Paulo; Saudosa maloca, de Adoniran Barbosa; Samba de morro, do maestro João Batista Martins; e Bienal, de Zeca Baleiro.


A Mimulus tem direção artística e coreográfica de Jomar Mesquita. O corpo de bailarinos da companhia reúne Andrea Pinheiro, Bruno Ferreira, Ceres Canedo, Jomar Mesquita, Juliana Macedo, Rodrigo de Castro, Mariana Fernandes, Murilo Borges e Nayane Diniz.”

Divirta-se - Estado de Minas
foto -Uai

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Ensinamento - Um pouco de Adélia Prado


Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
"Coitado, até essa hora no serviço pesado".
Arrumou pão e café , deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.

De Carne e Sonho


Fui conhecer esta Cia mineira - Mimulus - guarde este nome !

O espetáculo ,um tradicional baile de tango se divide em “cortinas”, seqüências de quatro ou cinco tangos, separadas por cerca de um minuto de uma outra música não dançante, para que a pista se esvazie e os pares voltem a se formar para uma nova seqüência e um recomeço.
Cada cortina é um encontro e a síntese de uma relação, tal qual é em nossas vidas:
a primeira música serve para os parceiros se conhecerem,
a segunda para acostumarem-se um ao outro,
no terceiro e quarto temas os pares desfrutam daquele encontro
e no último tango despedem-se e se separam.

Esse é o fio condutor do espetáculo que fala da relação dos casais e os seus conflitos, disputas, os desejos, as traições. Fala principalmente da necessidade do outro e da solidão.

A Mimulus Cia de Dança ao mesmo tempo que respeita as origens da dança de salão, quebra as suas tradições, na ousada concepção do espetáculo “De Carne e Sonho” onde insere uma nova estética e uma temática contemporânea.
Jomar Mesquita, coreógrafo e diretor da Cia, toma como base os ritmos portenhos, principalmente o tango e, com a música ao vivo, desafia os bailarinos a mostrar ao público a maturidade da companhia.

Eles estão de volta e agora com " Por um Fio " - Vou conferir, depois te conto !