
Apesar do sofrimento e luta ,os Inconfidentes também poetizavam .
O desembargador luso-brasileiro e inconfidente Tomás Antonio Gonzaga amava Maria Dorotéa Joaquina de Seixas Brandão - a pastora Marília .
E no exílio em Moçambique escreve Marília de Dirceo, que lhe rendeu e rende o título de um dos mais afamados poetas mineiros .
Um encanto as 33 liras escritas na prisão . Uma declaração de amor .Desfrute de um trecho da Lira I :
"Os teus olhos espalham luz divina,
A quem a luz do Sol em vão se atreve:
Papoula, ou rosa delicada, e fina,
Te cobre as faces, que são cor de neve.
Os teus cabelos são uns fios d’ouro;
Teu lindo corpo bálsamos vapora.
Ah! Não, não fez o Céu, gentil Pastora,
Para glória de Amor igual tesouro.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
Leve-me a sementeira muito embora
O rio sobre os campos levantado:
Acabe, acabe a peste matadora,
Sem deixar uma rês, o nédio gado.
Já destes bens, Marília, não preciso:
Nem me cega a paixão, que o mundo arrasta;
Para viver feliz, Marília, basta
Que os olhos movas, e me dês um riso.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!